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terça-feira, 30 de abril de 2013

Fósseis da Era Paleozoica nas ruínas do castelo de Carbedo (Serra do Courel, Galiza)


Ruínas do castelo de Carbedo (Foto Roi Fernández)
 As ruínas do lendário castelo de Carbedo sempre foram um dos lugares mais emblemáticos e populares da Serra do Courel, no extremo leste da Galiza. Muito menos conhecido é o fato de que ao pé da antiga fortaleza —construída em algum momento incerto da Baixa Idade Média— se conservam testemunhos de épocas incomparavelmente mais velhas. As rochas em que se assenta o castelo contêm fósseis de pequenos animais que viveram no Cambriano Inferior, há entre 530 e 515 milhões de anos.
  
Antiga moeda de 100 pesetas sobre rastos de arqueociatos
  A descoberta destes fósseis não é nova, mas é praticamente desconhecida fora dos círculos científicos. A existência da jazida foi dada a conhecer em um estudo dos geólogos Thilo Bechstädt e A. Russo publicado na Revista de la Sociedad Geológica de España em 1994. O castelo de Carbedo é mencionado erroneamente neste estudo como Carredo. Este não é o único lugar da serra onde os pesquisadores acharam pegadas biológicas dessa fase do Paleozoico. O trabalho de Bechstädt e Russo apresenta os resultados de uma investigação realizada na zona situada entre as localidades de Visunha e Pedrafita do Courel, onde aflora a chamada Formação Vegadeo, um vasto conjunto de rochas calcárias e dolomíticas que foi identificado pela primeira vez pelo geólogo francês Charles Barrois no século XIX. Os autores do estudo também descobriram fósseis do mesmo tipo perto das aldeias de Moreda e Visunha.

Alguns tipos de arqueociatos (Wikimedia Commons)
Os fósseis encontrados nestes lugares não são muito reconhecíveis à primeira vista, já que eles não têm conchas, pinças ou outras estruturas que permitam distingui-los com facilidade. Alguns deles são arqueociatos, uns pequenos animais de forma cónica ou cilindro-cónica e vários centímetros de comprimento que alguns cientistas incluem na família dos poríferos ou esponjas, enquanto para outros constituem um grupo separado. Estas criaturas estavam presentes em grande parte do planeta e seus fósseis foram localizados em todos os continentes. Apesar dessa expansão, já estavam extintos no Cambriano Médio, entre dez e quinze milhões de anos depois de terem aparecido.
    Os outros fósseis presentes na jazida pertencem ao grupo dos calcimicróbios, uns organismos microscópicos que se agrupavam em grandes colônias, formando os recifes de coral mais antigos que se conhecem. Tal como acontece na Serra do Courel, os arqueociatos e os calcimicróbios aparecem normalmente associados nos depósitos fossilíferos dessa época. Tudo indica que esses organismos viviam em plataformas de águas rasas —charcas ou lagoas— localizadas nas margens continentais. Os arqueociatos são de particular interesse para os cientistas porque eles experimentaram grandes transformações evolutivas —o que ajuda a reconhecer as diferentes fases bioclimáticas que ocorreram durante esse período geológico— e seus fósseis são muito úteis para determinar onde estavam os limites dos antigos continentes  e mares. Sua presença no castelo de Carbedo indica que, embora este lugar fique agora a 930 metros acima do nível do mar, as rochas em que assenta se formaram nas margens do oceano. Durante o Cambriano Inferior, grande parte das terras emergidas estavam agrupadas no supercontinente Gondwana. Os terrenos que atualmente constituem a Serra do Courel estavam no extremo norte dessa antiga massa continental.
   
Sinclinal do Courel (Foto Alberto López)
 Os fósseis de Carbedo pertencem a uma época muito mais antiga que aquela que viu nascer o monumento geológico mais conhecido e espetacular da Serra dol Courel, o grande sinclinal de Campodola-Leixazós. Esta estrutura configurou-se durante o Carbonífero, há entre 324 e 305 milhões de anos. Os quartzitos e as ardósias que o compõem datam do Ordoviciano (488-468 milhões de anos). Nas primeiras fases do Cámbrico, o período que precedeu ao Ordoviciano, produziu-se a grande explosão biológica, isto é, a rápida aparição —em termos de tempo geológico— de uma enorme quantidade de organismos multicelulares complexos. Ainda não se encontrou uma explicação unificada para esta multiplicação das espécies, que mudou a história da evolução.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fósiles de la Era Paleozoica en las ruinas del castillo de Carbedo (Sierra del Courel, Galicia)

Ruinas del castillo de Carbedo (Foto Roi Fernández)
Las ruinas del legendario castillo de Carbedo son desde siempre uno de los parajes más emblemáticos y populares de la Sierra del Courel, en el límite oriental de Galicia. Mucho menos conocido es el hecho de que al pie de la vieja fortaleza —construida en un momento impreciso de la Baja Edad Media— se conservan testimonios de épocas incomparablemente más antiguas. Las rocas en las que se asienta el castillo contienen fósiles de pequeños animales que vivieron en el Cámbrico Inferior, hace entre 530 y 515 millones de años. 
  
Rastros de arqueociatos junto a una antigua moneda de 100 pesetas
  El descubrimiento de estos fósiles no es nuevo, pero es prácticamente desconocido fuera de los círculos científicos. El yacimiento fue dado a conocer en un estudio de los geólogos Thilo Bechstädt y A. Russo publicado en la Revista de la Sociedad Geológica de España en 1994. El castillo de Carbedo es mencionado erróneamente en este estudio como Carredo. No es este el único lugar de la sierra donde los investigadores encontraron rastros biológicos de esa etapa del Paleozoico. El trabajo de Bechstädt y Russo presenta los resultados de una investigación realizada en la zona situada entre las localidades de Visuña y Pedrafita do Courel, donde aflora la llamada Formación Vegadeo, un vasto conjunto de rocas calizas y dolomíticas que fue identificado por primera vez por el geólogo francés Charles Barrois en el siglo XIX. Los autores del estudio también encontraron fósiles del mismo tipo cerca de los pueblos de Moreda y Visuña.

Algunos tipos de arqueociatos (Wikimedia Commons)
Los fósiles hallados en estos lugares no son muy reconocibles a simpe vista, ya que no poseen conchas, pinzas u otras estructuras que permitan distinguirlos con facilidad. Una parte de ellos son arqueociatos, unos pequeños animales de forma cónica o cilindro-cónica y de varios centímetros de longitud que algunos científicos incluyen en la familia de los poríferos o esponjas, mientras que para otros constituían un grupo separado. Estas criaturas estaban presentes en gran parte del planeta y sus fósiles se han podido localizar en todos los continentes. Pese a esta propagación, ya estaban extinguidos en el Cámbrico Medio, entre diez y quince millones de años después de haber aparecido.
    Los demás fósiles del yacimiento pertenecen al grupo de los calcimicrobios, unos organismos microscópicos que se asociaban en grandes colonias, formando los arrecifes coralinos más antiguos que se conocen. Al igual que ocurre en la Sierra del Courel, los arqueociatos y los calcimicrobios aparecen normalmente asociados en los yacimientos de fósiles de esa época. Todo indica que estos organismos vivían en plataformas de aguas someras —charcas o lagunas— situadas en los bordes continentales. Los arqueociatos son de especial interés para los científicos porque experimentaron importantes transformaciones evolutivas —lo que ayuda a reconocer las diferentes etapas bioclimáticas que se sucedieron durante ese periodo geológico— y sus fósiles son muy útiles para determinar dónde se encontraban los límites de los antiguos continentes y mares. Su presencia en el castillo de Carbedo indica que aunque este lugar se halla ahora a 930 metros de altura sobre el nivel del mar, las rocas en las que se levanta se formaron a orillas del océano. Durante el Cámbrico Inferior, gran parte de las tierras emergidas se agrupaban en el supercontinente Gondwana. Lo que es ahora la Sierra del Courel se encontraba en el límite norte de esta antigua masa continental.
   
Sinclinal del Courel (Foto Alberto López)
 Los fósiles de Carbedo pertenecen a una época mucho más antigua que la que vio nacer el monumento geológico más conocido y espectacular de la Sierra del Courel, el gran sinclinal de Campodola-Leixazós. Esta estructura se configuró durante el Carbonífero, entre hace 324 y 305 millones de años. Las cuarcitas y pizarras que lo conforman datan del Ordovícico (488-468 millones de años). En las primeras etapas del Cámbrico, el periodo que precedió al Ordovícico, se produjo lo que se conoce como gran explosión biológica, es decir, la rápida aparición —en términos de tiempo geológico— de una enorme cantidad de organismos multicelulares complejos. Todavía no se ha encontrado una explicación unitaria a esta multiplicación de especies, que cambió la historia de la evolución.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sinclinal da Serra do Courel, um monumento geológico de 305 milhões de anos na Galiza


O sinclinal visto da estrada de Quiroga a Folgoso (Foto Alberto López)
A Serra do Courel, um dos espaços naturais mais importantes da Galiza (embora com graves problemas de conservação), possui um património geológico de excecional interesse. Neste território montanhoso de pouco mais de 21.000 hetáreas de extensão, pertencente às serras orientais da Galiza, concentra-se a terça parte das paragens galegas incluídas na lista Global Geosites, um inventário de locais geológicos de relevância mundial elaborado pela União Internacional das Ciências Geológicas. Dentro deste património ocupa um lugar proeminente o sinclinal do Courel, também chamado sinclinal de Campodola-Leixazós. 

A Serra do Courel no mapa de Domingo Fontán (1845)
   O sinclinal do Courel figura entre os grandes monumentos geológicos da Península Ibérica, mas não foi reconhecido como tal até tempos recentes. Em 1983, o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha promoveu a sua classificação como ponto de interesse geológico internacional e em maio de 2012 a Junta da Galiza aprovou a sua declaração como monumento natural. Constitui um exemplo típico do que se conhece como dobra deitada ou recumbente. É uma dobra cuja concavidade esteve inicialmente voltada para cima mas que por efeito das forças tectônicas se foi inclinando até adotar uma posição mais ou menos horizontal.
 
Vista da dobra no miradouro de Campodola (Foto Alberto López)
A estrutura geológica emerge entre os quilómetros 7 e 28 da estrada LU-651, do norte da vila de  Quiroga até a aldeia de Ferreirós de Abaixo, no concelho de Folgoso do Courel. A seção mais espetacular da dobra acha-se à altura do quilómetro 9 da dita estrada, no vale do rio Ferreirinho (em território do concelho de Quiroga), sobranceando as aldeias de Campodola e Leixazós. Nesse local encontra-se a charneira, o ponto de máxima curvatura da dobra. A erosão cortou longitudinalmente o cordão montanhoso e deixou ao descoberto a estrutura interna do sinclinal, que se enxerga aqui con uma precisão incomum. Os flancos ou metades paralelas da estrutura estendem-se para o norte ao longo de entre dez e doze quilómetros.  

Sinclinal do Courel e anticlinal do Piornal (Univ. de Oviedo)
   Por cima desta formação existiu uma outra dobra de similar tamanho, orientada em direção inversa: o anticlinal do Piornal, cujo flanco superior foi arrasado quase completamente pela erosão, mas do qual ficam pegadas ao sul desta paragem, na comarca de Valdeorras. Em realidade, o sinclinal do Courel é apenas a porção  mais visível de uma grande estrutura de mais de cem quilômetros de longitude que chega até mais a leste do alto do Morredero, nos Montes Aquilanos (na província de Leão, já fora da Galiza).

História geológica da Galiza (Museu de Geologia de Quiroga)
Uma longa investigação realizada em tempos recentes por geólogos e matemáticos do grupo  de análise de dobras geológicas da Universidade de Oviedo indica que o sinclinal do Courel se formou no período Carbonífero, há entre 324 e 305 milhões de anos. Este processo desenvolveu-se durante a primeira fase da orogenia varisca ou hercínica e desde então o sinclinal permaneceu praticamente inalterado na mesma posição em que se encontra hoje. Os movimentos da crusta terrestre que originaram a grande dobra estão associados à colisão de duas antigas massas continentais, Gondwana e Euramérica (ou Laurussia), que acabariam por se unir para formar o supercontinente Pangeia. Foi nessa época que emergeu do oceano o Maciço Hespérico, o território mais antigo da Península Ibérica. Por esta razão, o geólogo Juan Ramón Vidal Romaní tem proposto que o sinclinal seja considerado como um testemunho genuíno do nascimento da Galiza.
   
Estratos rochosos do sinclinal (Foto Alberto López)
As diferentes camadas de rochas que constituem a dobra na sua parte mais visível (ardósia e quartzito, mais exatamente quartzito armoricano) formaram-se em épocas mais remotas, em diversas fases do Ordoviciano. Os quartzitos datam do Ordoviciano Inferior (488-478 milhões de anos) e as ardósias, do Ordoviciano Médio (471-468 milhões de anos). A grande dureza dos quartzitos não impediu que os movimentos tectônicos comprimissem e dobrassem os estratos rochosos como se fossem pacotes de plasticina.
  
Formação de dobras

A enorme pressão que sofreram as massas rochosas nesse lento processo fez com que aquecessem a mais de 300 graus centígrados, adquirindo uma considerável elasticidade. As rochas que conformam a zona norte da dobra pertencem a outros períodos geológicos mais recentes: o Siluriano (443-416 milhões de anos) e o Devoniano (416-359 milhões de anos). Estudos realizados pelo geólogo José Ramón Martínez Catalán e outros investigadores sugirem que a formação destas dobras foi condicionada pela existência de falhas que estiveram ativas nesta parte da crusta terrestre durante o Ordoviciano.


Conodonte do período Siluriano achado no sinclinal
  As rochas que conformam o sinclinal, aliás, contêm rastos biológicos da Era Paleozoica. O geólogo e paleontólogo Juan Carlos Gutiérrez-Marco descobriu na zona fósseis de conodontes e outras espécies do Siluriano, algumas delas não identificadas até então. Trata-se obviamente de fauna marinha, a única existente nessa era geológica, quando os terrenos que hoje constituem as montanhas do leste da Galiza faziam parte da plataforma continental de Gondwana, no hemisfério sul.

Bosquejo do sinclinal (margem direita do rio Ferreirinho) realizado por Matte
Os primeiros cientistas que descreveram esta formação foram o alemão  Wynfrith Riemer e o francês Philippe Matte, quem foi assesorado e apoiado nas suas pesquisas pelo geólogo galego Isidro Parga Pondal.  Matte incluiu alguns desenhos do sinclinal em um estudo publicado em 1968 e comparou esta estrutura con as dobras deitadas dos Alpes Valaisanos, no sul da Suíça. Formações deste tipo vêem-se também na cordilheira dos Pireneus e em outras partes do mundo, mas muito raramente apresentan um tamanho comparável ao do sinclinal do Courel, podendo ao mesmo tempo ser percebidas com tanta nitidez.

Área declarada monumento natural

 
Zona de proteção
A área declarada monumento natural, de arredor de noventa hetáreas de extensão, situa-se na margem esquerda do rio Ferreirinho, em uma zona conhecida como Penas das Franzas e Pena Falcoeira. Mas a formação geológica também se avista na margem esquerda do vale fluvial, no monte chamado Penas dos Conventos (ou Recoxois), por onde corre a estrada de Quiroga a Folgoso do Courel. O fato de a zona de proteção não se ter estendido a essa parte da dobra (que não é visível da estrada) tem provocado alguns protestos públicos.





Miradouro geológico de Campodola (Foto Alberto López)
Miradouro de Campodola
Para facilitar a observação do sinclinal e para o valorizar como atração turística e como recurso educacional, a câmara municipal de Quiroga construiu em 2004 un miradouro à altura do quilómetro 9,5 da estrada LU-651, perto de um desvio que leva à aldeia de Campodola. É o primeiro miradouro da Galiza construído expressamente para observar um monumento geológico e permite contemplar a dobra em uma vista panorâmica de mais de dois quilómetros de extensão. As rochas de tons  mais claros são quartzitos. Os estratos mais escuros e cobertos de vegetação são consituídos de arenitos e ardósias. O miradouro foi construído com arenitos e quartzitos do período Cambriano. 

Museu geológico
O museu municipal de geologia e paleontologia de Quiroga, inaugurado en 2011, reserva uma das suas seções ao sinclinal do Courel. Outras salas do museu dedicam-se às pegadas geológicas da última glaciação, à fauna do Quaternário, aos povoamentos paleolíticos e à atividade mineira desenvolvida neste território desde os tempos do Império Romano.

Rota de pedestrianismo
Uma rota pedestre que une as aldeias de Leixazós, Campodola e Campos de Vila corre mesmo ao pé da parte mais espetacular da grande dobra.

sábado, 30 de março de 2013

Sinclinal de la sierra del Courel, un monumento geológico de 305 milllones de años en Galicia


El sinclinal visto desde la carretera Quiroga-Folgoso (Foto Alberto López)
La sierra del Courel, uno de los espacios naturales más importantes de Galicia (aunque con graves problemas de conservación), posee un patrimonio geológico de excepcional interés. En este territorio montañoso de poco más de 21.000 hectáreas de extensión, situado en las sierras orientales de Galicia, se concentra la tercera parte de los parajes gallegos incluidos en la lista Global Geosites, un inventario de lugares geológicos de relevancia mundial elaborado por la Unión Internacional de Ciencias Geológicas. Dentro de este patrimonio ocupa un lugar destacado el sinclinal del Courel, también llamado sinclinal de Campodola-Leixazós.

La sierra del Courel en el mapa de Domingo Fontán (1845)
  El sinclinal del Courel figura entre los grandes monumentos geológicos de la Península Ibérica, pero no fue reconocido como tal hasta tiempos recientes. En 1983, el Instituto Geológico y Minero de España promovió su clasificación como punto de interés geológico internacional y en mayo de 2012  la Xunta de Galicia lo declaró monumento natural. Constituye un ejemplo típico de lo que se conoce como sinclinal tumbado o inclinado, un plegamiento cuya parte cóncava estuvo inicialmente orientada hacia arriba pero que por efecto de las fuerzas tectónicas se fue inclinando hasta adoptar una posición más o menos horizontal.   

Vista del pliegue en el mirador de Campodola (Foto Alberto López)
 La estructura geológica aflora entre los kilómetros 7 y 28 de la carretera LU-651, desde el norte de la villa de Quiroga hasta la aldea de Ferreirós de Abaixo, en el municipio de Folgoso do Courel. La sección más espectacular del plegamiento se encuentra a la altura del kilómetro 9 de esta carretera, en el valle del río Ferreiriño (en territorio del municipio de Quiroga), dominando las aldeas de Campodola y Leixazós. En ese lugar se halla la charnela, el punto de máxima curvatura del pliegue. Los flancos o mitades paralelas de la estructura se extienden hacia el norte a lo largo de entre diez y doce kilómetros. La erosión cortó longitudinalmente el cordal montañoso en esta zona y dejó al descubierto la estructura interna del sinclinal, que puede distinguirse aquí con una precisión poco común.
 
Sinclinal del Courel y anticlinal del Piornal (Universidad de Oviedo)
 Por encima de esta formación existió otro plegamiento de similar tamaño, orientado en dirección inversa: el anticlinal del Piornal, cuyo flanco superior fue arrasado casi completamente por la erosión, pero del que quedan huellas al sur de este paraje, en la comarca de Valdeorras. En realidad, el sinclinal del Courel es solo la porción  más visible de una gran estructura de más de cien kilómetros de longitud que se extiende hasta más al este del Alto del Morredero, en los Montes Aquilanos (en la provincia de León, fuera de Galicia).
   
Historia geológica de Galicia (Museo de Geología de Quiroga)
 Una larga investigación realizada en tiempos recientes por geólogos y matemáticos del grupo de análisis de pliegues de la Universidad de Oviedo indica que el sinclinal se formó en el período Carbonífero, hace entre 324 y 305 millones de años. Este proceso se desarrolló durante la primera fase de la orogenia varisca o hercínica y desde entonces el sinclinal ha permanecido prácticamente inalterado en la misma posición en la que se encuentra hoy. Los movimientos de la corteza terrestre que originaron el gran pliegue están asociados a la colisión entre dos antiguas masas continentales, Gondwana y Laurusia (o Euramérica), que acabarían uniéndose para formar el supercontinente Pangea. Fue en esa época cuando emergió del océano el Macizo Hespérico, la parte más antigua de la Península Ibérica. Por ello, el geólogo Juan Ramón Vidal Romaní ha propuesto que el sinclinal sea considerado como un testimonio genuino del nacimiento de Galicia.
 
Estratos rocosos del sinclinal (Foto Alberto López)
   Las diferentes capas de roca que constituyen el pliegue en su parte más visible (pizarra y cuarcita, más concretamente cuarcita armoricana) se formaron en épocas más remotas, en distintas fases del  Ordovícico. Las cuarcitas datan del Ordovícico Inferior (488-478 millones de años) y las pizarras, del Ordovícico Medio (471-468 millones de años). La gran dureza de las cuarcitas no impidió que las fuerzas tectónicas comprimiesen y doblasen los estratos como si fuesen tabletas de plastilina.


Formación de pliegues
 La enorme presión que sufrieron las masas rocosas en ese lento proceso hizo que se calentasen a más de 300 grados centígrados, con lo que adquirieron una considerable elasticidad. Las rocas que forman la zona norte del plegamiento pertenecen a otros períodos geológicos más recientes: el Silúrico (443-416 millones de años) y el Devónico (416-359 millones de años). Estudios realizados por el geólogo José Ramón Martínez Catalán y otros investigadores sugieren que la formación de estos pliegues fue condicionada por la existencia de fallas que estuvieron activas en la zona durante el Ordovícico.

Conodonto del periodo Silúrico hallado en el sinclinal
Las rocas que conforman el sinclinal, por otro lado, encierran rastros biológicos del Paleozoico. Hace algunos años, el geólogo y paleontólogo Juan Carlos Gutiérrez-Marco localizó en la zona fósiles de conodontos y otras especies animales del Silúrico, algunas de ellas no identificadas hasta entonces. Se trata obviamente de fauna marina, la única existente en esa era geológica, cuando los terrenos que hoy constituyen las montañas del este de Galicia formaban parte de la plataforma continental de Gondwana, en el hemisferio sur.

Croquis del sinclinal (margen derecha del río Ferreiriño) realizado por Matte
Los primeros científicos que describieron esta formación fueron el alemán Wynfrith Riemer y el francés Philippe Matte, quien fue asesorado y apoyado en su investigación por el geólogo gallego Isidro Parga Pondal. Matte incluyó dibujos del sinclinal en un estudio publicado en 1968 y comparó esta estructura con los pliegues tumbados de los Alpes Peninos, en el sudoeste de Suiza. Formaciones de este tipo pueden verse también en los Pirineos y en otras partes del mundo, pero muy raramente presentan un tamaño comparable al del sinclinal del Courel a la vez que se distinguen con tanta nitidez.

Área declarada monumento natural



El área declarada monumento natural, de unas noventa hectáreas de extensión, se sitúa en la margen izquierda del río Ferreiriño, en una zona conocida como Penas das Franzas y Pena Falcoeira. Pero la formación geológica también se percibe en la margen izquierda del valle fluvial, en el monte llamado Penas dos Conventos (o también Os Recoxois), por el que discurre la carretera de Quiroga a Folgoso do Courel. El hecho de que la zona de protección no se haya extendido a esta parte del pliegue (que no es visible desde la carretera) ha dado lugar a protestas públicas.




Mirador geológico de Campodola (Foto Alberto López)

Mirador
Para facilitar la observación del sinclinal y promoverlo como atractivo turístico y como recurso educativo, el Ayuntamiento de Quiroga construyó en 2004 un mirador a la altura del kilómetro 9,5 de la carretera LU-651, cerca de un desvío que lleva al pueblo de Campodola. Es el primer mirador de Galicia construido expresamente para contemplar un monumento geológico y permite observar el plegamiento en una vista panorámica de más de dos kilómetros de extensión. Las rocas de tonos más claros son cuarcitas. Los estratos más oscuros y cubiertos de vegetación están formados por areniscas y pizarras. El mirador fue construido con areniscas y cuarcitas del periodo Cámbrico

Museo geológico
El museo municipal de geología y paleontología de Quiroga, inaugurado en 2011, dedica una de sus secciones al sinclinal de Campodola. Otras salas del museo se dedican a las huellas geológicas de la última glaciación, a la fauna del Cuaternario, a los poblamientos paleolíticos y a la actividad minera desarrollada en este territorio desde los tiempos del Imperio Romano.

Ruta de senderismo
Una ruta pedestre que une las aldeas de Leixazós, Campodola y Campos de Vila pasa al pie de la parte más espectacular del plegamiento.
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Próxima inauguración del museo de geología y paleontología de Quiroga (Galicia)

Sinclinal de Campodola, cerca del nuevo museo
 Para el 2 de diciembre está prevista la inauguración del primer museo de Galicia dedicado de forma exclusiva a la geología y a la paleontología. Está ubicado en el municipio de Quiroga (provincia de Lugo) y fue creado con el asesoramiento científico del Instituto Universitario de Geología de A Coruña. El nuevo museo se encuentra en las proximidades de la Sierra de Courel y del sinclinal de Campodola, considerado como uno de los parajes de mayor interés geológico de la Península Ibérica, que será declarado próximamente como monumento natural por la Xunta de Galicia.


El museo cuenta con varias secciones, dedicadas respectivamente al sinclinal de Campodola, a las huellas geológicas de la Era Glacial (visibles sobre todo en el valle de A Seara), a la fauna del Cuaternario, a los asentamientos paleolíticos y a la importante actividad minera desarrollada en esta comarca desde los tiempos del Imperio Romano. La nueva instalación museística exhibirá colecciones de minerales y fósiles y más adelante contará también con artefactos paleolíticos.

Fuente: La Voz de Galicia, Ayuntamiento de Quiroga

Próxima abertura do museu de geologia e paleontologia de Quiroga (Galiza)

Sinclinal de Campodola, perto do novo museu
  
    Para o 2 de dezembro está prevista a inauguração do primeiro museu da Galiza dedicado de forma exclussiva à geologia e à paleontologia. Está ubicado no concelho de Quiroga (província de Lugo) e foi criado com o assessoramento científico do Instituto Universitário de Geologia da Corunha. O novo museu encontra-se nas proximidades da Serra do Courel e do sinclinal de Campodola, considerado como uma das paragens de maior interesse geológico da Península Ibérica, que será declarado proximamente como monumento natural pela Junta de Galiza.
   
   O museu conta com varias secções, dedicadas respectivamente ao sinclinal de Campodola, às pegadas geológicas da Era Glacial (visíveis sobretudo no vale da Seara), à fauna do Quaternário, aos povoamentos paleolíticos e à importante actividade mineira desenvolvida nesta comarca desde os tempos do Império Romano. A nova instalação museística exibirá colecções de minerais e fósseis e mais adiante contará também com artefatos paleolíticos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Duas minas de ouro romanas entram na lista do património arqueológico da Galiza



Duas minas de ouro romanas de entre os séculos I e II, situadas no concelho de Ribas de Sil (província de Lugo) foram incluídas no inventário oficial da Direcção Geral do Património Cultural da Junta de Galiza.

Uma delas, descoberta em datas muito recentes, é uma galeria de exploração de em torno a 130 metros de longitude escavada nun monte da Serra da Moá, sobre a margem esquerda do rio Sil, tributário do Minho.

A outra mina, distante da anterior perto de 200 metros, embora não estivesse cadastrada, é muito conhecida na zona e recebe a denominação tradicional de Covallón (covalhom, grande buraco). Trata-se de um espectacular exemplo de mineração aurífera a céu aberto praticada com a técnica de ruina montium, como as famosas minas de Las Médulas (na província castelhana de Leão), não muito longe de Ribas de Sil.

As minas do Covallón encontram-se numa zona particularmente abundante em sítios arqueológicos relacionados com a mineração aurífera romana, que abrange os municípios de Ribas de Sil, Quiroga, Folgoso do Courel e A Pobra do Brollón. Nas redondezas há sítios como as galerias mineiras de Montefurado e Paradaseca (Quiroga) e as minas da Toca, Torúbio, Millares e Romeor (Folgoso do Courel).

No município de Ribas de Sil existe um percurso pedestre -a Rota do Ouro- que discorre por várias minas da época romana, nas proximidades do Covallón.


Fonte: La Voz de Galicia

Dos minas de oro romanas ingresan en el inventario arqueológico de Galicia


Dos minas de oro romanas de entre los siglos I y II situadas en el municipio de Ribas de Sil (Lugo) acaban de ser incluidas en el inventario oficial de la Dirección Xeral do Patrimonio Cultural de la Xunta de Galicia.
Una de ellas, descubierta en fechas muy recientes, es una galería de explotación de unos 130 metros de longitud excavada en un monte de la Serra da Moá, sobre la margen izquierda del río Sil.
La otra mina, situada a unos 200 metros de la anterior, aunque hasta ahora tampoco había sido inventariada, es muy conocida en la zona y se la denomina tradicionalmente como O Covallón. Se trata de un espectacular ejemplo de minería aurífera a cielo abierto realizada con la técnica de ruina montium, como las famosas minas de Las Médulas (León), no muy lejos de Ribas de Sil.
Las minas de O Covallón se encuentran en una zona particularmente abundante en yacimientos arqueológicos relacionados con la minería aurífera romana, que abarca los municipios de Ribas de Sil, Quiroga, Folgoso do Courel y A Pobra do Brollón. En las proximidades se hallan sitios como los túneles mineros de Montefurado y Paradaseca (Quiroga) y las minas de A Toca, Torubio, Millares y Romeor (Folgoso do Courel.
En el municipio de Ribas de Sil existe una ruta de senderismo -la Ruta del Oro- que discurre por varios yacimientos mineros romanos, en las cercanías de O Covallón.

Fuente: La Voz de Galicia